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A bela adormecida


Ballet em três atos cinco cenas e prólogo
Libreto: Marius Petipa e Ivan Vsevolojsky, baseado em conto de Charles Perrault
Coreografia: Marius Petipa
Cenários: Levot, Botcharov, Andreiev, Ivanov e Shiskov, sob a supervisão de Ivan
Vsevolojsky
Musica: Peter Ilyich Tchaikovsky
Figurinos: Ivan Vsevolojsky
Estreia mundial: 5 de janeiro de 1890 no Teatro Maryinsky de São Petersburgo, Rússia. Carlota Brianza interpretou a Princesa Aurora; Paul Gerdt, o Príncipe; Marie Petipa, a Fada Lilás; Enrico Cecchetti, Carabosse; Varvara Nikitina, Princesa Florine; Enrico Cecchetti, o Pássaro Azul.

            A arte tradicionalmente revela um pouco do que se passa em determinado lugar, em dada época, os acontecimentos que estão marcando a sociedade e seus anseios, A Bela Adormecida não é exceção. No final do século XIX, a Rússia experimentava ser não apenas o maior país, em termos populacionais, da Europa, mas também o maior país no que se referia à dança, era o país da dança.
            Para marcar todo esse sucesso, o auge em que a Rússia se encontrava, era necessária a criação de um espetáculo nada menos que perfeito, que enchesse os olhos de qualquer um que o visse. Não apenas por suas proezas técnicas, mas por sua riqueza em todos os diversos aspectos, como figurinos, cenários, coreografias, músicas, etc.
            Era com esse intento que, então, surgia o ballet A Bela Adormecida, demonstrando toda a opulência da capital mundial da dança. Para tanto, foi necessário que houvesse uma perfeita integração entre todos os envolvidos na produção. Alexandrovich Vsevolojsky foi o responsável por essa coordenação, agiu juntamente com Tchaikovsky e Marius Petipa, trabalhando para a adaptação do tema e do libreto.
            Tchaikovsky vinha, dessa vez, com um desafio a ser vencido, depois de seu primeiro trabalho para um ballet – O Lago dos Cisnes – ter fracassado na primeira produção, era essencial que neste novo espetáculo não ocorressem falhas.
            Marius Petipa, com sua noção perfeita da seqüência de dança, detalhava o máximo possível seus pedidos à Tchaikovsky, especificando quantos pontos seriam trabalhados, quantos compassos eram necessários para cada cena, o estilo, o tempo, os instrumentos a serem utilizados, etc. Apesar de todas essas especificações feitas por Petipa, não havia uma “ditadura” quanto à isso, mas um trabalho feito constantemente em conjunto, adequando-se as duas partes. Daí tamanha perfeição da produção, que nos dias atuais é tão admirada, servindo como grande exemplo de organização e plena integração da equipe.
            Os maiores responsáveis encontraram alí seu auge. Tchaikovsky encontrou estrondoso sucesso com sua música, apagando de vez o fracasso da primeira versão de O Lago dos Cisnes. Petipa não poderia ter criado coreografias mais brilhantes, as quais foram obtidas através da renúncia de parte da dramaticidade, dessa maneira surgem coreografias que falam por si só, como os pas de deux de Aurora e o Príncipe e o do Pássaro Azul. Além disso haviam as belíssimas variações, das fadas, a de safira, diamante, etc.
            Especial beleza foi dada à Fada Lilás, não só por ser uma das personagens principais, mas impossível seria deixar de considerar o fato de que esta seria interpretada pela filha de Petipa, Marie Mariusovna Petipa, apresentando incrível riqueza técnica.
            Além de toda a integração que deu vida próspera e bem sucedida à produção, as maiores estrelas da época interpretaram os principais papéis, o que seria uma maneira de marcar o ballet A Bela Adormecida para sempre, foi também uma honra para aqueles bailarinos que ali participaram.
            A Bela Adormecida era tudo o que a sociedade da época esperava ter, um conto de fadas, com muita riqueza, longe das guerras, onde a magia transforma o mal no bem, onde o bem sempre vence, talvez não fosse apenas o que a sociedade daquela época quisesse e, não só por isso, ainda hoje é um dos ballets mais apreciados no mundo.

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